sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Amor maior.

 


Aos 21 anos, Íris enfrentava o fim de um casamento imaturo, realizado ainda na adolescência, no auge de uma forte paixão.

Desde criança era assim, tudo que fazia era com muita paixão e total entrega. Se estendia ao exagero.

Era uma garota alegre, apaixonante e apaixonada pela vida. Aproveitava todos os momentos. Tinhas muitos amigos e ganhou do pai o apelido de girassol, uma flor com características simbólicas que se assemelhavam ao seu temperamento.

Do casamento herdou um filho, que a estimulou muito mais a ser o que era, alegre e extrovertida, sem no entanto, deixar de lado sua responsabilidade de mãe.

Não tinha ajuda do pai da criança, mas dizia que era forte suficiente, e assim continuava deixando de lado os direitos que eram seus e de seu filho. Eles não se viam. Ela apenas dava notícias da criança para no caso dele querer ver o filho, e não lhe imputar a culpa de que ela o impedia. 

Ele sempre dizia que iria ver, mas precisava esperar, pois a nova esposa tinha ciúmes de Íris e do elo que os ligava.

Íris seguia a vida. Trabalhava, se sustentava, e pagava uma pessoa para olhar seu pequeno. Percebeu que o filho não era tão bem cuidado como recomendara, questão principal para Íris.

Em conversas com seus pais, que moravam sozinhos, contou sua preocupação. 

Os pais a convidaram para morar com eles e acertaram as despesas. 

Íris não se importava, entregava todo o dinheiro em casa e sua mãe lhe dava o que ela precisava. O importante era ter segurança de que seu filho estaria sendo amado e bem tratado.

Trabalhava em uma empresa Internacional, e pela competência e destaque, foi direcionada a fazer um curso de inglês para que progredisse na empresa.

Conheceu um rapaz de outro País que estudava português. Paixão fatal entre os dois. O que faltava à Íris acabava de chegar. Sua vida amorosa agora tinha um norte, um motivo, uma razão para rir e ser mais feliz.

Começaram a fazer planos. Iriam morar juntos, talvez no futuro casar. Estava tendo sua segunda chance.

Mudou-se para o apartamento de seu namorado, sua paixão. Viviam às mil maravilhas. Um encantamento total dos dois. O menino se dava bem com o futuro padrasto. Gostava dele, da referência paterna que se desenhava no relacionamento. 

O namorado queria voltar para sua terra. Íris pedia para ele esperar um pouco mais. Estava feliz no trabalho e tinha medo de que o filho não se adaptasse bem à nova vida.

Cada dia mais apaixonada, vivia tudo que sonhou com seu amor. Via seu filho contente e isso lhe bastava.

Em meio a felicidade de Íris, uma sombra começou a pairar. O pequeno gostava de fazer suas refeições frente à TV. Isso incomodava o namorado de Íris, que não concordava, dizia que não estava certo e que ela deveria educar melhor o menino.

Íris prestava atenção e dizia que iria pensar, pois o garoto não se alimentava bem, como acontece com a maioria das crianças, e a TV o distraía.

Devido ao trabalho, algumas vezes se atrasava um pouco e quando chegava, o namorado já havia jantado com o pequeno.

Íris começou notar um comportamento arredio do filho em relação ao padrasto. Ligou suas antenas e começou a prestar atenção no que estava à sua volta.

Descobriu que estava certa em sua desconfiança.

Em sua ausência, o namorado tratava o pequeno de forma rude, forçando o garoto a se comportar como ele queria. 

Eles conversaram e ele lhe disse que era por amar muito o menino. Que queria ele bem-educado e tudo mais. Íris deixou bem claro que não admitia, que o direito de corrigir o filho, era só dela, não transferia o privilégio  para mais ninguém.

 Íris continuou observando. Via que o  filho cada dia ficava mais calado quando o padrasto estava por perto. E ela mais atenta, mesmo não querendo acreditar, mas procurava descobrir o que estava acontecendo.

Confirmou então a forma dominadora e agressiva que seu namorado lidava com o menino quando ela não estava por perto.

Iris foi tomada de grande desapontamento.

Não precisou medir e nem avaliar. A decisão estava tomada sem uma segunda chance.

Saiu sem despedida. Voltou para a casa de seus pais onde seu filho tinha o avô lhe sendo como um pai, a avó cuidadosa e carinhosa e eles se completavam.

Hora de encarar a nova realidade. Acreditar que a vida tem seus caminhos e nós temos nossas escolhas. A vida também nos dá incontáveis chances.

Doeu. Sofreu. Mas superou com a certeza de que tudo valia a pena em nome de um AMOR MAIOR.

E você, faria diferente de Íris?

 

11 comentários:

Pantera2012 disse...

Um alerta para país e mães que têm novos relacionamentos.
Filhos crescem muito rápido e a educar filhos com amor formam adultos equilibrados e felizes

Lea disse...

Essa história é um alerta. Concordo com o comentário de Pantera2012.
Eu não tenho filhos, mas agiria igualmete à Íris.
Proteger é para quem valoriza um amor maior.
Muito boa a hisótiria, Cinco Cantos!

Cecília disse...

Faria igual a Iris. Ainda dava uns tapas nesse namorado sem noção.
Proteger é um to de amor. Infelizemnte, tem pessoas que trocam
o amor dos filhos por pessoas passageiras. Apoio total a Íris!

Janete disse...

Nessa hstória temos três situações corriqueiras com a mairoia
das famílias que se separam:

1 - o pai irresponsável que esquece que fez a criança também;
2 - a nova mulher(ou o homem) que tem ciúmes e não respeita a história
da outra pessoa;
3 - o novo (a) que entra na história querendo fazer tudo de seu jeito.
Infelizmente nem todos (as) colocam o amor pelos filhos como amor maior.
Parabéns ao blog.

Eduardo Chiarini disse...

Como sempre uma história interessante e bonita, principalmente pela atitude de Iris.
As pessoas que chegam depois de um relacionamento devem respeitar os conceitos e atitudes da criação que estava sendo conduzida e não querer impor a sua maneira de ver as coisas do mundo.
Concordo as opiniões dos demais, o "alerta", o respeito à criança antes de tudo.
Parabéns Cinco Cantos.

Vida disse...

Não. "Escolhas, elas me definem". E a escolha da Íris foi por um bem maior.

Rochela disse...

Agiria igualmente Íris. O filhos são para vida toda é um dever de protege-los. Um namorado aparecerá em outras oportunidade.
Gostei muito da atitude de Íris.

Mical disse...

Quer ver fera? Mexa com meus pequenos. Concordo muito com Íris que agiu muito bem. Gostei muito da história e da atitude d Íris.

Observadores e atores da vida. disse...

Cinco Cantos agradece a visita e a opinião de Pantera 2012, Lea, Cecilia, Janete, Eduardo, Vida, Rochela e Mical.
Realmente uma historia que remete a decisões drásticas, entretanto corretas.
Lembramos que as histórias são reais e que já publicamos uma nova historia.
Agradecemos novamente o carinho e o prestigio.

Alex disse...

I agree with Iris - parenthood is a tough job, and a good parent keeps the well being with their children above all else.

Anônimo disse...

Concordo totalmente com a opinião da Janete. Os pais que priorizam a vida amorosa ao filho, esquecem que esses filhos crescem e viram adultos com memórias das escolhas dos pais.Íris fez o certo, é uma mãe de verdade.

Paixao.com

    “ Conheci um amor virtual, amor tão lindo quanto o real, sempre mando recados e depoimentos, mesmo distante tocou meus sentimentos.” ...