Luiza e Marcos formavam um casal bonito, apaixonados, diziam.
Tinham uma cumplicidade grande e se davam bem.
Algum tempo de namoro e os dois estavam querendo ficar juntos.
Colados.
Tudo parecia certo e estava certo, apenas com um detalhe, que Luiza
expôs para Marcos.
Algo a incomodava muito numa vida a dois.
Luiza não gostava que se entrasse em casa de sapatos.
Os dois conversaram e Marcos concordou, dizendo que não tinha nada
contra e que até achava válido, que isso não era um problema. Disse que não teria dificuldade nenhuma em
seguir esse acordo.
Para ele, era importante o respeito, o carinho e a confiança.
Agora morando juntos, tudo era paz. Os dois tentavam se agradar.
Marcos cumpria sua promessa e isso agradava à Luiza. Passado alguns
dias, Marcos entrou de sapatos em casa o que deixou Luiza aborrecida.
Ele explicou que foi um deslize; que as vezes era desligado e se
desculpou
E tudo seguia bem.
Dias depois, Marcos, mais uma vez entrou de sapatos em casa e dessa vez
irritou Luiza.
Os dois conversaram e Marcos disse que não se sentia bem em ter que
entrar em sua própria casa sem sapatos, que parecia que Luiza o queria controlar.
Luiza recordou o acordo e combinaram se acontesse ocasionalmente, com os
sapatos limpos, tudo bem, para paz dos dois.
Dias depois Marcos começou a entrar em casa de sapatos quase todos os
dias. Luiza perguntou o porquê dessa atitude, e dessa vez Marcos respondeu que
olhou, pensou, deu vontade e entrou.
Luiza se calou.
Dentro de si percebeu que entrar de sapatos era mais que um
desligamento, um gostar, era alguma forma de não se sentir controlado,
dominado. Qualquer coisa que só se entende em terapia.
A confiança de Luiza em Marcos ficou em xeque.
Ela colocou em dúvida o conceito que Marcos tinha sobre respeito e se
questionava se Marcos gostava mesmo dela, absorvendo uma insegurança total.
Afinal, os dois haviam conversado, entrado em um acordo e mesmo sabendo
que isso a aborrecia, esse detalhe não contava muito para ele, que aparentava
fingir não compreender o que Luiza sentia.
Marcos defendia que era é uma coisa pequena e que não deveria atingir a
relação dos dois.
Luiza pensa que se Marcos não consegue a respeitar num motivo tão
pequeno, dificilmente o fará em algo maior.
O relacionamento dos dois está em xeque.
E você, qual opinião defende?